Ponto final de uma odisseia forçada que durou séculos, a região do Recôncavo Baiano recebeu mais seres humanos escravizados — com registros documentais — do que qualquer outro porto em toda a história da humanidade.
Isso até 1831, quando o transporte de africanos escravizados para o Brasil foi tornado ilegal. Entre 1831 e os 1850s, o número de cativos levados ao Brasil — principalmente para Minas Gerais — só pode ser estimado.
Essas estimativas se referem a pontos de desembarque clandestinos espalhados ao longo da costa e em ilhas, por uma ampla área geográfica.
Número de Escravizados Embarcados/Desembarcados em Locais Selecionados de 1514 a 1866:
Bahia, porto não especificado*
- Embarcados: 1.339.627
- Desembarcados: 1.206.934
*“Bahia” acima é o nome arcaico usado para a cidade de Salvador. Estes números referem-se a Salvador e ao Recôncavo.
Os números abaixo incluem dados da Bahia considerando Taipu e Porto Seguro:
Bahia
- Embarcados: 1.347.121
- Desembarcados: 1.213.691
Rio de Janeiro
- Embarcados: 1.216.113
- Desembarcados: 1.099.908
Brasil
- Embarcados: 3.515.638
- Desembarcados: 3.165.307
América do Norte Continental
- Embarcados: 359.628
- Desembarcados: 301.740
Nossa fonte é o Banco de Dados do Comércio Transatlântico de Escravizados, centrado na Universidade de Emory e disponível online em http://slavevoyages.org.
Acima, a obra “Navio Negreiro”, de J. M. W. Turner, pintada em 1840.