A Bahia é a Terra do Tambor, e, é claro, há aqui alguns (muitos!) percussionistas fabulosos. Entre eles, estão aqueles que tocam por aí, gravam e são renomados localmente (não se deixe enganar pelo “localmente”; ser renomado na Bahia significa um nível fora de série), além de outros, nas regiões do sertão ou nas favelas, que são igualmente magníficos.
Mas, antes de me aprofundar na cena local da Bahia, e considerando que a maioria das pessoas que acessam este site vêm de longe… gostaria de apresentar a você um recurso incrível, acessível e disponível no mundo da percussão: Michael de Miranda!
Michael nasceu em Aruba, filho de pai surinamês e mãe holandesa. Ele é um percussionista maravilhoso e, além disso, um professor de percussão absolutamente excepcional. Suas explicações detalhadas e análises de uma panóplia de ritmos são incomparáveis!
O site de Michael está aqui, com diversos links para seus vídeos no YouTube (e também para os de seu igualmente talentoso parceiro de percussão, Matthias Haffner).
Abaixo, uma demonstração de Michael e Matthias de um ritmo chamado “kabila”, que é a base suprema (ao menos no Brasil) do samba. Eles aprenderam esse ritmo aqui em Salvador com Gabi Guedes, sobre quem você encontrará mais informações um pouco mais abaixo nesta página. Algo interessante a se notar é que, diferentemente do que a maioria das pessoas em países chamados “desenvolvidos” está acostumada, partes desse ritmo são tocadas entre os pulsos. Isso permite que a música entre (ou melhor, dance!) em um universo completamente novo de possibilidades, ao qual muitos de nós, desses países desenvolvidos, somos culturalmente cegos (mas as escalas podem cair de nossos olhos… e ouvidos).
Uma observação: Pelo nome do vídeo abaixo, você verá que esse ritmo é da “nação de Angola”. Isso se refere não ao país em si, mas à “nação” do candomblé composta por pessoas trazidas à Bahia daquela região da África (uma área que inclui também parte do que hoje é o Congo). Essas foram as primeiras pessoas trazidas em massa para o Recôncavo, e foi lá que elas criaram a música nascente, primordial e elevadora da alma que viria a dominar o Brasil.
Macambira dá aulas em seu estúdio no topo do Largo do Pelourinho, à esquerda para quem sobe a ladeira vindo de baixo. Uma maneira (verdadeira) de elogiar Macambira seria dizer que Badega, um percussionista magistral por mérito próprio, natural de Santo Amaro e especializado na percussão do Recôncavo, estudou com Macambira quando precisou aprimorar suas habilidades para o Carnaval, alguns anos atrás.
O número e WhatsApp de Macambira são: +55 71 9 9172-5576. Ele oferece aulas individuais e em grupo. Se você estiver em Salvador, sinta-se à vontade para passar lá; Macambira é uma pessoa super simpática e amigável.
Gabi Guedes
Gabi Guedes é um alabê (tamboreiro) da casa de candomblé do Gantois, aqui em Salvador, responsável por trazer os orixás à terra. Ele foi feito filho-de-santo por Mãe Menininha, talvez a mãe-de-santo mais famosa que já existiu. Gabi é uma referência não apenas para os ritmos do candomblé ketu (a nação da casa onde ele toca), mas também para os ritmos gêge e angola.
No encerramento das Olimpíadas do Rio, Gabi arranjou a percussão do candomblé que acompanhou a execução do hino nacional brasileiro (havia vários percussionistas, incluindo o próprio Gabi).
Gabi pode ser contactado pelo número +55 71 9 9175-7543 (telefone/WhatsApp).
Giba Conceição
Irrepreensível Giba! Mestre absoluto, com a energia e os olhos arregalados de uma criança! Giba dá aulas em seu estúdio perto do Teatro Castro Alves e do Campo Grande.
Telefone/WhatsApp: +55 71 9 9962-3051
Iuri Passos & Rum Alagbé
Iuri é um alabê (tamboreiro de candomblé) formado na casa de candomblé do Gantois, no bairro da Federação, em Salvador. Ele também é etnomusicólogo, com Mestrado pela Universidade Federal da Bahia.
Rum Alagbé é o projeto de ensino de percussão de Iuri, com aulas realizadas no Terreiro do Gantois várias vezes por semana.
WhatsApp: +55 71 9 9161-1288